"de cima do ponto mais alto,
lanço meu assombroso brado,
e brado!!! ao cuchilar da cidade..."

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Um belo dia...


Ela dorme tranquilamente
E não me canso de olhar
Em seu sono
Este anjo
Depois de uma noite de amor
E carícias
Me perdi nas delícias dos teus
Carinhos
Delirei nas palavras sussurradas
Em meu ouvido...
Foi um belo dia ao seu lado
Traz a forte vontade de vida
De quanto é bom estar vivo
E se agarrar ao que há de mais
Humano
E não me canso de olhar
De contemplar com todo cuidado
Essa beleza em minha cama.

(Canto cotidiano) Solidão...

O fria afiado que passa
Pela solidão da manhã...
O calor infernal e sufocante
A solidão da tarde
A afiada introspecção que me
Distrai...
Me rasga por dentro...
Na solidão da noite
O silêncio 
Sinfônico
Deixando a flor da pele
A angustiante
Delirante
Agonia...
Revelando a min mesmo
A solidão é como um espelho
E talvez até necessária
Pra que eu não me esqueça
Apesar do esquecimento alheio.

Canto cotidiano


Uma tarde infernal
No meu quartinho apertado
Apontado para o sol...
O ventilador na parede
Sopra o bafo de dragão
Água?
Não tem!
Faltou ou cortaram
Com os bolsos ao avesso
Sem grana
Sem desejo
Com contas a pagar...
E ainda me ponho a escrever
                          [Não para agradar
A descrever uma tarde infernal
No meu quartinho apertado
Apontado para o sol...
Ás 13:28
Sem beijo
Sem pão
Inspiração
Numa agonia
Decadente
Solidão...
Estou novamente em queda
Numa tarde infernal
No meu quartinho apertado
Apontado para o sol...
A TV
Uma desgraça
A programação
Uma trapaça
Tenho um tédio enorme da vida...
E os livros na estante a me desafiar
Que fazer?
Para onde viajar?
Com minha cabeça cozinhando
Meus pensamentos embaraçados
No meu quartinho apertado
Apontado para o sol...
Estou louco.

Apenas discurso...


O que há pra acreditar
Se não há encontro entre o discurso
E a pessoa que fala...
E como falam
E interpretam
Pois somos todos como crianças que precisam
De aprovação...
De uma platéia...
Calado eu observo
Mais isso me cansa e me deixa
Indignado
Admiro e procuro o encontro
Da fala e da ação
Quando são condizentes
Não apenas aparente
Não somente discurso...
Isso é digno
E está longe da torrente de palavras
Que estão sendo jogadas ao ar
Deixando o rastro podre da
Demagogia
Quanta hipocrisia
Quanta mentira
Quanta bajulação.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quanto vale a vida?


Quanto vale a vida de um
miserável?
Diversos preços são expostos
nas vitrines
Estão todas enfeitadas e atraentes
ante olhares
(Des)iludidos...
O modo de viver impõem
os preços
Quanto vale a poesia do poeta maldito?
Quanto vale a exposição dos sentimentos?
Ainda cabe espaço nesse nosso modo de viver?...
Quanto vale meu português ruim?
A noite uivo com os cães
Tirando as mascaras que as
convenções impõem
Eu homem invisível
Nas estradas tenebrosas
Buscando o fim de toda essa bosta
Quanto vale minha queda
ante os risos das desgraças da vida?
Será posto meu retrato na
galeria dos invisíveis?
Passará nos meus dez canais de merda?
Serei visto como o grande Édipo
nesta odisséia?
Estarei na festa dos amigos
Antes do jardim de mármore e concreto
Uma vaga lembrança ficará
Depois que a química da
minha decomposição
fizer efeito fugaz
nos vermes...
Quanto vale a vida?

sábado, 21 de janeiro de 2012

Pegando o gira mundo

Hoje eu vou pegar o gira mundo
Sentir o deleitoso sabor do vinho
Descer a garganta
E lubrificar a passagem para a poesia...
Em qualquer lugar
Por qualquer estrada perigosa
Vou sair e pegar o gira mundo
Engolir com limão e cachaça
Pequenas palavras que possam ser
Facilmente digeridas...
Quero estar longe de olhares
Hipócritas
De relações venenosas
De qualquer coisa que não seja
Fecundação da vida...
Pois disto estou farto!
Entediado
Cansado...
               [diga que não estou!
Hoje, quero apenas sair
Sem titubear
Cambalear
E pegar o gira mundo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Intenso...

Quero o teu beijo
Intenso e molhado
Como qualquer dia chuvoso
Num dia chuvoso...
Quente!
Como num dia ensolarado
Num dia ensolarado...
Em qualquer das estações
Além desse verão
Intensamente eu quero
Por isso venha neguinha
Me tirar dessa rotina
Desses dias de tédio e vazio
Pra eu te amar amiúde
Em cada beijo
Em cada parte de seu corpo
Até te amar por inteira
E por inteiro lhe entregar alguns versos...
Que veem dos sentimentos que tenho a lhe oferecer
Inspirados nesses monentos de suor e movimento...
Desses beijos molhados
Desses noites de lua
Me fazem dizer
Que intensamente quero.

Nós e a lua

Corre pra ver a lua
Olha como ela está linda
Imponente
Magnifica
E nesse exato momento
Entraremos em sintonia
Caminharemos
Pela correnteza do velho chico
Até que nos leve
Pra qualquer porto na lua
Que merece a nossa presença.

Fisico-Transcendental

Onde estão aqueles faróis?
Barcos podem naufragar...
E o meu está só e embriagado
Cade aquele sorriso?
A primavera chega sempre mais cedo...
Em paz...
Como uma criança
Entregue aos deleites de um contato
                                                [face a face...
Fisico-transcendental
Do perfume impregnado em minha cama...
Meu travesseiro...
De um porto seguro
Inseguro...
Incerto...
Do precipício que me atrevo a pular
Enquanto durar.

Brisa...

Brisa...
Minha querida Brisa
Vou surfar nas ondas dessa névoa
Como a pluma que o vento vai levando...
Na mansidão eu vou
Na infinitude dessas ondas
Cair no seu encanto.

Cheio e Vazio


Perceber a estrada e o desenrolar
Do processo...
Perceber-se em meio a um mar
De rostos deformados...
Minha esquizofrenia
A onde leva a trilha das formigas?
Estendendo-se em conflitos
Existenciais
Não me deixa escapar a palavra
Nem o verso
E algumas sessões de escárnios
A mim mesmo
Em parte por meus tropeços
Em parte por meu egoísmo...
São palavras que dizem respeito
A mim mesmo
São deformações de um pensar
Torto e inconclusivo
Não-linear
Arbitrário
E talvez inconseqüente
Pós-modernamente cheio e vazio...
                                 [e Zaratustra se acaba em gargalhadas
A caminhar na direção oposta a trilha das formigas