À SENHORA DOS MEUS VERSOS

Senhora dos meus versos

Não me venha com essa agora

Não se sinta indesejada

Não me diga que não te quero

É a minha musa

Minha lua

Minha inspiração

Meu anjo

Um vício...

E não te esqueças

Que sou o teu humilde poeta

De poucas palavras

                  [Entre elas me perco

E perdido eu fico, minha musa

Sem os faróis que são teus olhos

Tranqüilos como a noite

Guiam-me entre as palavras que procuram te encontrar...

E entre o encontro e a partida

Fica tanto querer...

Como poderia Senhora dos meus versos

Não te querer

Não querer

Os beijos com gosto de saudade

O teu sorriso largo que não me canso de cantar

Um abraço curto e apertado

Pra não deixar escapar o carinho...

O cuidado...

Pra ficar um pouquinho de perfume.

É a minha musa

Minha lua

Minha inspiração

Meu anjo

Não me diga senhora dos meus versos

Que por você não há mais encanto.

Gripe

Gripe

Catarro no peito

Tosse!

Tosse!

Tosse!

E o mal estar...

A melancolia de mais um dia

Tediante

Tédio

Indisposição

Febre,frio,calor

Tosse!

Tosse!

Dia cinzento

Cinzeiro cheio

Catarro no peito

Escarrada carregando o pulmão

Coração inflamado

Infame

Blues,poesias,solidão...

UM GRITO DE LIBERDADE

Que a consciência tome conta da
Passividade
Que o grito contido rasgue o céu guardado das concessões
Particulares
E o grito de liberdade possa ser
Plural e desmedido
E cada página espaço branqueado possa ser enegrecido e trovoado
Como os batuques de Xangô...
Um abraço
Um sorriso
Um eu te amo
Por gentileza não dói
Entre ele e ele
Entre ela e ela
Entre você e eu
Da pra formar um arco-íris
Com a cor preta em destaque
E a poesia brotar sem grilhões
E o amor acontecer sem amarras
Como qualquer outra musica do Dylan
Como qualquer outra musica do Bob
“Forever Young”
“Get up stand up”
Para a luz desse novo dia
E o arvoreiro balançar ao som de todas essas vozes
Ao som desse grito
Plural e desmedido!..

A muito querer...

Eu quero apenas um sorriso

Um amanhecer nublado e frio

Com uma xícara de café e um cigarro

Eu quero escrever alguns poemas fáceis

Que fale de liberdade

De amor

Sem vaidade

Com poucas palavras

Com algumas junções que possam te tocar

Que expresse os sentimentos

Que sua ausência me causa

Um eu te amo

Um eu te adoro

A todo instante

Até esse amanhecer

A muito querer

A muito quero

A muito te quero.

MEU PRETO VELHO...

Você se foi e nem nos despedimos direito

Foi exatamente como sempre

fomos

Sem abraços

Nem beijos

Nem sorrisos...

Ainda me lembro

Das Velhas caminhadas matinais

Da tua face endurecida

A velha capanga preta e o velho facão em sua bainha de couro

A tua palavra última

firme...

E o teu caminhar engajado...

Os dias se passaram e aquela mesa em que você debruçava sua tristeza

Continua triste

e só...

Vez ou outra ainda me sento nela e me vejo repetindo a mesma cena

Tua companheira se foi e você foi logo em seguida

      [Nossa esperança

       Minha coragem

       Meu incentivo de vida

Nunca mais o ronco do velho Chevette bege

Nunca mais Nequinha

Manel

Seu Manuel

Meu preto velho

Sábio senhor das estradas

         [Não sou seu pariceiro e nem dormi contigo hoje...

O tempo nos roubou o momento

E antes que a noite se anuncie e o galo cante

Hoje eu te peço

Eu imploro tua benção

Tua benção...

Meu pai...

Meu avô...

Meu preto velho.

DIAS DE PAZ...

O meu olhar distraído

Se perde

Sob um céu límpido

Sentindo a brisa

A milhas

Nas ilhas

Frutos da majestosa Ôxum

Infinito particular...

Quero compartilhar com você

A simplicidade de uma fogueira e um violão

E som da natureza que se encaixa perfeitamente com o teu largo sorriso

                 [Uma pintura sonora

                  Cheia de textura e perfeitas simetrias...

São viagens

Devaneios

Que quero compartilhar com você

Assim bem pertinho

Pra eu sussurrar no seu ouvido algumas palavras...

                                                        [“Sexual Healing” meu bem...

                                                         “Sexual Healing” meu bem...

Em um acampamento

Em apenas um instante

Tudo se transforma

E a benevolente natureza nos agracia

Com positivas vibrações...

Com você por perto...

E Mariana se desmancha...

Na mansidão de um belo dia