"de cima do ponto mais alto,
lanço meu assombroso brado,
e brado!!! ao cuchilar da cidade..."

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

MEU PRETO VELHO...



Você se foi e nem nos despedimos direito
Foi exatamente como sempre
fomos
Sem abraços
Nem beijos
Nem sorrisos...
Ainda me lembro
Das Velhas caminhadas matinais
Da tua face endurecida
A velha capanga preta e o velho facão em sua bainha de couro
A tua palavra última
firme...
E o teu caminhar engajado...
Os dias se passaram e aquela mesa em que você debruçava sua tristeza
Continua triste
e só...
Vez ou outra ainda me sento nela e me vejo repetindo a mesma cena
Tua companheira se foi e você foi logo em seguida
      [Nossa esperança
       Minha coragem
       Meu incentivo de vida
Nunca mais o ronco do velho Chevette bege
Nunca mais Nequinha
Manel
Seu Manuel
Meu preto velho
Sábio senhor das estradas
         [Não sou seu pariceiro e nem dormi contigo hoje...
O tempo nos roubou o momento
E antes que a noite se anuncie e o galo cante
Hoje eu te peço
Eu imploro tua benção
Tua benção...
Meu pai...
Meu avô...
Meu preto velho.

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